Birgit Remmert (timbre lindíssimo), no sábado passado, na Cdm com a ONP, foi mais contida na sua interpretação. Eu preferi. Foi muito, muito bom.
O momento final da 2ª de Mahler é aquela coisa apoteótica que faz levantar os cabelos e os pelinhos todos do corpo. E, em certos momentos, leva água aos olhos.
(Para quem não conhece, aqui fica.)
Ainda assim, o meu momento preferido é, sem dúvida, este Urlicht.
Tenho pena... Regresso aos concertos da ONP na CdM e constato que o público é maioritariamente o mesmo. Mas, pelo menos, o concerto estava esgotadíssimo. Como era de esperar.
Tenho pena que o pessoal da minha geração, e das gerações seguinte, seja tão preconceituoso em relação à chamada música erudita. Há música erudita para todos os gostos. Só é preciso tempo e dedicação para descobri-la. O mesmo tempo e dedicação que dedicam à procura da next big thing...
Tenho pena da ideia generalizada de que este género de música é para elites, por serem caros, ainda não tenha caído por terra. Quando qualquer grupinho com meia dúzia de hits (ou nem isso) que comece a fazer sucesso (Olá, xx!), cobra o dobro pelos seus concertos.
Tenho pena... porque a experiência que se tem ao assistir a um concerto como foi o da ONP no sábado passado, é inigualável. E mais não digo.