"É difícil resistir e não falar do momento em que um sorriso satura o vermelho de uns lábios, mas tentarei.
A ideia do «viver o momento» está batida, em qualquer plataforma. Mas não importa, porque é capaz de ser a ideia mais importante. Não há passado, não há futuro nem presente, porque são todos concepções mentais. «Abandona-te aos sentidos». Mas «abandona-te» ou «entrega-te»? O meu ano de 2010, curiosamente, começou com esta questão. Vai um passo de gigante de um modo ao outro. «Se queres ser, sê.» Mas até lá, a necessária cegueira. Não há quem acerte no caminho à primeira. Se a vida fosse uma tragicomédia (que não é. É uma tragédia, porque acaba sempre com a morte), este seria dos seus aspectos mais tristemente hilariantes. Colin Firth está tão bem a interpretar isto, que arrepia.
E a eterna questão do amor, aquele amor profundo, que dispensa beijos e abraços que o comprovem. Anda meio mundo a desejar amar e ser amado. A união, a estabilidade, o ser-para-o-outro-que-é-para-mim, mas isto só funciona para os que reduzem a noção de tempo ao conceito abstracto que é, porque de outra forma um grande amor acaba sempre por doer muito.
(...)"
lido por aí, a proposito de Um Homem Singular