As pessoas são importantes pelo que são. Não me interpretem mal. Mas só na medida do que nos dão a sentir. E, consequentemente, em quem nos transformam.
Exemplificando, as pessoas sensíveis tocam-nos no coração, as pessoas inteligentes estimulam-nos o intelecto, as pessoas espertas aguçam-nos o engenho, as pessoas bem humoradas deixam-nos bem dispostas, as pessoas más tornam-nos amargas, as pessoas enigmáticas obrigam-nos a reflectir, as pessoas simples seguram-nos à terra, as pessoas complicadas tiram-nos a paciência, as pessoas pacientes dão-nos cabo dos nervos, as pessoas nervosas divertem-nos, as pessoas sensuais acordam-nos os (cinco) sentidos, as pessoas confiantes transmitem-nos segurança, as pessoas sábias proporcionam-nos boas conversas, as pessoas tolerantes abraçam-nos com a compreensão, as pessoas fortes dão-nos guarida, as pessoas frágeis despertam-nos a protecção, as pessoas optimistas ensinam-nos a perseverar, e por aí fora.
O grande problema é que as pessoas - eu, tu e todos os que conhecemos - andamos, a maior parte do tempo, somente preocupados em ser, ou seja, com o nosso ego. E esquecemo-nos muitas vezes que, nesta dinâmica, também dá-mos a sentir.