autor desconhecido
Carrego um passado demasiado pesaroso que me impede de agir, no momento.
No presente, vivo perseguida pela necessidade de me proteger, enquanto procuro uma certeza que tu não me podes dar. Ninguém pode.
Eu deveria saber, melhor do que ninguém, o quanto a inacção pode magoar.
Desculpa. Eu sei o quanto dói cada embate teu no muro da minha aparente indiferença.
Gelo que me invade por gostar de ti. Provocado pelo medo de vir a gostar demasiado.
Não fazes ideia do que sinto quando me sorris, quando depositas o teu longo beijo na minha a face, quando me abraças, quando me afastas para desvendares os segredos que os meus olhos guardam e que o meu sorriso esconde.
Não tens como saber porque eu não sou capaz de to dizer.
Nem mesmo quando o teu olhar, a cada despedida, me dilacera por dentro. Olhar que passo a carregar todos os minutos, durante dias.
Talvez um dia o teu cheiro me traia. Um dia antes do dia em que alguém, mais acessível, te ganha.
Um dia em que o meu apelo te dirá tudo aquilo que não digo: Não vás, fica comigo.