Eu, de Sousa Tavares no saco, o Tone, de jornal debaixo do braço rumamos em caminhada até à marginal da praia. Bonita manhã. E eu nasci para isto, para a boa vida.
Esplanada, cadeirinhas em posição, pedimos os cafés e mergulhámos nas leituras. Não foi preciso muito tempo para eu levantar o meu princepesco nariz, à procura das vozes barulhentas que se faziam ouvir. Uma família inteira acampou na praia, naquele "nico" de areal. Quatro gerações, mais o cão, o gato e o periquito. Abocanhavam sandes de panado e falavam aos berros pela boca cheia. Ia retomar a leitura quando a avó se levanta para gritar ao neto que desatou numa correria em direcção ao mar. Se era suicídio, o puto escolheu a maré errada, estava vaza.
O raio da velha estava de monokini! Estava com aquilo que já foram umas mamas, à mostra! Graças a Deus, a criatura não se lembrou de correr atrás do miúdo.
O ambiente da esplanada contrastava com aquele cenário. Um euro e meio por café, é o preço que se paga para ter um ambiente tranquilo. Tenho pena que os portugueses sejam distinguidos pela carteira, mas mais pena ainda, que seja pela falta de educação e do "não saber estar" em locais públicos.