Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010
Eu às vezes não sei o que hei-de dizer
sou refém da palavra que me quer fugir
prendo o salto no verbo que deve ser
ou tropeço no nome a seguir
'stá debaixo da língua
brincando às 'scondidas com o coração
'stá debaixo da língua
parece que vai aparecer ou parece que não
e depois... e porém... e não sei... talvez
fico muda... repito tim-tim-por tim-tim
sinto o chão a tremer debaixo dos pés
e gaguejo ou qualquer coisa assim
'stá debaixo da língua
tão longe e quem sabe ao alcance da mão
'stá debaixo da língua
parece que já me lembrei ou parece que não
(desato a rir
não lembro de mais nada
eu desato a rir
o fio escapa à meada
eu desato a rir
e sim, e coisa e tal
eu sei lá)
sobe o pano, o actor quando cai em si
não se lembra da fala e não sabe o que é
fecha os olhos, diz "to be or not to be"
e o público aplaude de pé
'stá debaixo da língua
atada à cortina e ao projector
'stá debaixo da língua
talvez amanhã ela volte a ligar ao actor
De
il pene a 20 de Setembro de 2010 às 15:31
Este texto bonito. escrever é uma terapia natural que nos ajuda não só para lançar luz sobre os problemas, mas também para superar
Este texto bonito. escrever é uma terapia natural que nos ajuda não só para lançar luz sobre os problemas, mas também para superar
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