"Drink up, young man. It’ll make the whole seduction part less repugnant.”
-Clementine, Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Eu um dia vou compreender. Juro que vou. Vou compreender porque vou dedicar-me seriamente a reflectir sobre isso. No porquê de as pessoas precisarem de se fazerem passar por quem não são, para sacar gajos/gajas. Sim, porque é p'ró menino e p'rá menina. Devem ter uma personalidade de porcaria, que necessita de maquilhagem, que não convém deixar mostrar.
Eles fazem-se valer do status, do sentido de humor, da aparente segurança pontuada por uma ligeira vulnerabilidade. Elas, falam em lingerie e vão ao cabeleireiro e à esteticista, porem-se bonitas. Que mundo mais fútil!
Que ninguém se dê a esse trabalho por mim, por favor. Porque eu jamais me darei a esse trabalho por alguém. Acho repugnante! Sedução de 5.ª categoria. Aliás, manipulação.
A sedução é feita olhos nos olhos, com poucas palavras e muitos silêncios. E, acima de tudo, muitas verdades, ditas a parecerem mentira, é certo. (E não o contrário.) É baseada naquilo que se insinua não dizendo do que naquilo que se deixa escapar, baseada naquilo que se mostra escondendo do que naquilo que se enscancara; É descobrir. Vontade de descobrir.
A sedução também vive para o momento. Para os bons momentos! Todos queremos passar (muitos) bons momentos. E, para isso, não é preciso fazermo-nos passar por quem não somos. O que é que fica depois?!... Nada. Vazio.
Mansinha, mansinha, deixa-me mais depressa a coragem numa crítica sinvera e bem construída do que meia dúzia de elogios retidos da algibeira.