Eu tenho uma maneira diferente de conhecer pessoas.
Acho que nunca as chego a conhecer verdadeiramente. Nem pretendo. Nem é possível.
Porque somos seres complexos. Somos reflexos uns dos outros. E, seres mutáveis.
Por isso me deixo surpreender por elas constantemente.
Em vez de as conhecer, prefiro tê-las por perto e senti-las.
Se gosto de alguém à primeira vista, seremos melhores amigas, provavelmente até ao fim.
Se não gostar, nem vale a pena. Porque eu não consigo disfarçar, sequer.
Mas quando alguém entra na minha vida, espero sempre que, no mínimo, seja para sempre. E só se não puder ser por mais tempo.
Sou assim, apegada às pessoas da minha vida. Preciso de as sentir, de as ter bem perto de mim.
Os "gosto de ti" não me saem com facilidade. Os abraços e os beijos muito menos.
Sou muito sensível ao toque, ao contacto físico.
No dia em que alguém receber um beijo, um abraço ou um "gosto de ti" meu, pode ter a certeza, que é de corpo e alma, que é verdadeiro, muito sentido.
Eu entrego-me lentamente, pouco a pouco, nos pormenores.
Entrego-me sem que se apercebam que me entreguei, sem que se apercebam que me têm.
Porque, apesar de me dar a toda a gente, não me dou a ninguém.